Não, não era. Você nem olhou pra mim. Eu deveria ter feito o mesmo. Descido daquele ônibus no momento em que você entrou.

Fala sério, você nem era o mais bonito. Nem o mais engraçado, e nem o melhor. Muito menos o mais educado. Eu sempre olhei a todos com certa repulsão. Mas à você, lancei meu olhar de paixão. Isso, no início era só paixãozinha boa. Mas se intensificava a medida que eu olhava para você todos os dias. Você adentrava o ônibus como se tivesse acabado de sair de uma briga com a família. Emburrado, parecia que ia explodir a qualquer momento. Bom, eu iria adorar se explodisse comigo. Qualquer palavra com você, seria meu mundo cor-de-rosa.

Lembro exatamente do dia em que eu estava com a cabeça encostada no vidro olhando a chuva ríspida cair e você apareceu. Perguntou se poderia sentar, com a bolsa já colocada no banco. Eu só balancei a cabeça. O que eu poderia fazer? Te agarrar ali mesmo? Era o que eu queria, mas não né. Iria ser taxada de A louca do ônibus. Sentou ao meu lado e sorriu. Sorriu. E eu sorri também. Sorri porque o seu sorriso era o mais lindo que eu já tinha visto. Seria capaz de desarmar uma guerra.


Sem floreios e mais floreios. Nossa primeira briga ontem. Quatro meses de namoro. Os quatro melhores meses da minha vida. Meses em que eu acordei sorrindo com a sua mensagem e fui para a cama correndo depois de ter beijado você no portão da minha casa. Eu nunca, na minha vida inteira pensei que fosse ficar tão mal por brigar alguém. Ah, claro. Você não é um simples alguém. É minha pessoa preferida no mundo todo. E eu amo cada pedacinho imperfeito de você.

Mas meu Deus, porque tem que ser tão complicado? Porque você prefere heavy metal e eu música clássica? Eu não aguento mais nossas brigas patéticas sobre a escolha da música. E não aguento mais sua falta de educação. E odeio quando você esquece o dia do nosso aniversário de namoro. Tudo bem, eu sei que você também detesta quando eu demoro mais de uma hora pra me arrumar, ou quando eu sou melodramática. Mas o que eu vou fazer? O que nós vamos fazer? Gostei de você assim, meu filho. E eu, vou me esforçar pra ser melhor, vou sim. Tudo porque eu te amo. Amo o bastante pra não ser orgulhosa e acabar com tudo. E amo o suficiente pra ter paciência com você. Não vou deixar tudo ir por água abaixo assim não. Não, eu não vou!





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